sábado, 4 de outubro de 2014

Série: cordão umbilical enrolado


Informação muito útil para as futuras mamães e que precisa e deve ser compartilhada ;) ;)

Poucas coisas causam mais terror no imaginário do brasileiro do que o cordão umbilical. Enquanto em outros países as mulheres e médicos nem pensem no assunto, no Brasil esse é o maior hit nas paradas jornalísticas, midiáticas e pseudo-médicas. Quem nunca ouviu essa frase: "- Daí médico fez a cesárea e o bebê tinha duas circulares no pescoço, e ele disse "ainda bem que foi cesárea, pois se fosse parto normal seu bebê teria morrido."". Que lorota feia, doutor!
Ou a outra, não menos clássica: "- Meu médico é super a favor do parto normal, mas ele não arrisca. Se tiver algum exame que mostre alguma coisa errada, cordão enrolado no pescoço, por exemplo, ele opera." O cordão umbilical pode medir desde alguns poucos centímetros até quase 1 metro de comprimento e está sempre enrolado em alguma(s) parte(s) do bebê. Falar em circular de cordão é quase redundância. Como assim um cordão sem circular, num espaço tão pequeno, com um bebê em constante movimento? Não faz nem sentido. Os bebês interagem com o cordão, seguram, soltam, mexem. Enrolam-se, passam por dentro, fazem nós e voltas. Acidentes verdadeiros de cordão são situações raríssimas, mais até do que um gêmeo surpresa na hora do parto.
As circulares de cordão no pescoço do bebê não representam risco adicional no parto, porque o bebê se movimenta muito menos no final da gestação. Alguns chegam a ter até três ou quarto circulares.
O mito do cordão que segura o bebê e que não permita que ele desça no canal de parto é outro que precisamos desfazer. O cordão não tem força para segurar um bebê que desce através da bacia pélvica. Cordões umbilicais são fortes, são protegidos e protegem o bebê. Confiemos um pouco mais na natureza, que vem há cem mil anos filtrando os ajustes, montando um processo de parto que seja o mais seguro possível.

Por Ana Cristina Duarte, obstetriz

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